O Novo Ensino Médio
- Lucas Isaac Azevedo Silva
- 29 de abr.
- 2 min de leitura
Baseado no meu vídeo de 2023, do ponto de vista de quem vivenciou esse projeto.
Em 2022, alunos do primeiro ano do ensino médio vivenciaram um experimento com a implementação do novo ensino médio, que trouxe mudanças significativas. A carga horária das aulas aumentou, assim como o número de matérias, que saltou de 13 para 21, introduzindo disciplinas como Projeto de Vida e Educação Financeira. Uma novidade foi a possibilidade de os alunos votarem nas áreas de aprofundamento para os anos seguintes. O Enem também passaria por alterações, sendo dividido em duas etapas: uma com português, matemática e as ciências humanas e biológicas, outra com foco em conhecimentos específicos escolhidos por cada contestante durante o período do Ensino Médio. O horário escolar também se estendeu, com aulas das 7h às 12h15, e os dois últimos horários foram destinados aos itinerários e eletivas, oferecendo dez opções de aprofundamento dentro de quatro eixos temáticos. Duas matérias, projeto de vida e tecnologia e inovação, acompanhariam os estudantes ao longo dos três anos.
Logo, surgiram preocupações em relação a essa nova estrutura. Principalmente em relação a especificidade ou a falta de profundidade de algumas matérias, a limitação do suposto poder de escolha do aluno quando a votação da turma pode levar a troca da generalidade para o foco em áreas de contragosto do aluno e o investimento falho do governo na execução dos planos.
Ainda, a redução da carga horária das matérias base como história, geografia e português, a necessidade dos professores se empenharem em buscar por conteúdo extra para cumprir os objetivos das apostilas e a possibilidade de repetição das eletivas ao longo do ensino médio também foram pontos negativos.
Finalmente, o motivo desse alvoroço pode ser atribuído à pressa e à falta de preparo na implementação da reforma. Anunciado em setembro de 2016, durante o governo Temer, por meio de uma medida provisória, com o argumento de renovar o interesse dos jovens, reduzindo uma grande ausência nas escolas. Em outubro de 2023, um projeto de lei foi enviado pelo governo federal com o objetivo de reduzir o número de itinerários e opções. É crucial de atentar a opinião dos alunos, especialmente considerando que eles enfrentarão a prova mais importante de suas vidas com menos tempo dedicado ao estudo das matérias avaliadas.
*Atualização: Em agosto de 2024, a Lei nº 14.945 foi sancionada, promovendo uma reestruturação dessa etapa de ensino e alterando a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996), além de revogar parcialmente a lei anterior (Lei nº 13.415/17) que instituiu a reforma inicial. A principal mudança para 2025 é o aumento da carga horária da Formação Geral Básica (FGB) para 2.400 horas, garantindo o retorno de componentes curriculares como literatura, artes, educação física, biologia, física, química, filosofia, geografia, história e sociologia. A implementação novamente será gradual, começando pela 1ª série em 2025, estendendo-se para a 2ª em 2026 e alcançando a 3ª série em 2027.
*As fontes das demais informações estão presentes no vídeo.

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